Marcos especiais dos correios: monos na paisagem de Lisboa têm fim anunciado

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Cidade de Lisboa

2 Abril, 2018


Em muitos sítios, mostram-se apenas como evidência de uma aposta falhada. Os quiosques que, há cerca de uma década, os CTT instalaram um pouco por todo o país, com o intuito de servirem como marcos de correio e máquinas de venda de selos, têm vindo a ser retirados ao longo dos últimos dois anos. Em Lisboa, ainda existem 23 equipamentos do género, muitos dos quais inactivos e degradados. Deverão, contudo, ser substituídos por “caixas receptáculo” ou pelos tradicionais marcos, confirmou fonte oficial da empresa a O Corvo. Surgidas como alternativa aos tradicionais balcões da empresa postal – muitos dos quais se encontram, entretanto, agora também em processo de encerramento -, uma parte substancial destas infra-estruturas deixou já de ter uso.

Os “marcos especiais”, como lhes chama os CTT, surgiram com o objectivo de aliviar as filas em muitas estações de correios, permitindo neles realizar duas das mais elementares tarefas: a entrega de correspondência e a compra de selos. Com o passar do tempo, todavia, um número substancial desses equipamentos foi deixando de estar operacional. Alguns apresentam os mecanismo de venda de selos inactivos e crescentes sinais de degradação, vítimas de vandalização e de falta de manutenção. Grande parte deles tem-se assumido, por isso, como “monos” na paisagem urbana, embora ainda existam vários no activo. Mas a confusão sobre a real operacionalidade subsiste. Tanto que, para muita gente, põe-se a dúvida sobre se será avisado depositar ali uma carta.

Questionados por O Corvo sobre o que pensam fazer com estas peças de mobiliário urbano que atravancam algumas das ruas de Lisboa, os CTT assumem o fim anunciado. “Os CTT realizaram uma análise em 2015, tendo concluído que, face à pouca procura existente, resultou que não se justificava o incremento desta infra-estrutura pelo que neste momento está em plano a sua gradual substituição por uma caixa receptáculo ou marco de correio, sempre que se justifique e tal seja possível”, informa a empresa, esclarecendo que, “atendendo à reduzida utilização que este tipo de equipamentos”, os mesmos têm vindo a ser reduzidos nos últimos dois anos. Nos últimos dois anos, dizem os CTT, foram retirados das ruas 19 equipamentos deste género a nível nacional, cinco dos quais na capital.

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Estas grandes peças de mobiliário urbano vão começar a desaparecer de Lisboa.

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