Biblioteca central de Lisboa vai fechar, até Setembro de 2016, para crescer 53%

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Samuel Alemão

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Cidade de Lisboa

12 Fevereiro, 2015

A 2 de Março, o Palácio Galveias, ao Campo Pequeno, unidade central da Rede de Bibliotecas de Lisboa encerrará ao público, para obras de remodelação e ampliação, e apenas deverá reabrir em Setembro de 2016. Quando isso acontecer, o equipamento estará não apenas integralmente remodelado, como será bem maior, com um aumento da área útil de 53%, implicando o alargamento da zona de utilização pública para os pisos superiores – actualmente restrita ao rés-do-chão. Dos actuais 1.336 metros quadrados, a biblioteca passará a dispor de uma área de 2.040 metros quadrados.

 

A intervenção, cuja aprovação em reunião da Câmara Municipal de Lisboa ocorreu a 14 de Janeiro, e deverá custar cerca de 1,7 milhões de euros, visa “transformar a Biblioteca Palácio Galveias numa biblioteca do século XXI, contemplando novas valências e espaços atraentes, acolhedores e estimulantes para toda a comunidade”.  A proposta inicial de lançamento do concurso para a realização das obras, aprovada em Março do ano passado, explicava que as “atuais instalações se tornaram pequenas para responder às necessidades e expectativas dos utilizadores, não só porque a taxa de ocupação dos serviços e espaços da biblioteca é diariamente esgotada, mas também porque há um uso intenso do espaço e dos equipamentos”.


 

Durante a intervenção, os habituais utentes – na sua grande maioria estudantes do ensino universitário, mas também idosos que ali vão sobretudo para ler os jornais – terão de encontrar alternativas. Que os serviços da autarquia consideram poder ser fornecidas pelas restantes bibliotecas da rede, para onde foram transferidos “os exemplares únicos com maior utilização nos últimos três anos”, a fim de poderem ser consultados e emprestados. As bibliotecas da rede municipal mais próximas são as dos Coruchéus (Alvalade), a Orlando Ribeiro (Telheiras), a do Museu República e Resistência (Rego), a Natália Correia (Bairro Padre Cruz) e a da Penha de França.

 

O Palácio Galveias funciona como biblioteca municipal desde 1931, após ter sido expropriado pela câmara municipal em 1928. Construído nos finais do século XVII para ser a casa de campo da família Távora, foi-lhe retirada pelo Estado em 1759, na sequência do conhecido “processo dos Távoras” – relacionada com a tentativa de assassinato de Dom José I. Em 1801, o edifício foi adquirido por Dom João de Almada Melo e Castro, 5º conde das Galveias. Depois de várias gerações dessa família, o palácio é novamente vendido, no final do século XIX, ao capitalista Braz Simões. Mas o desleixo a que este e os seus herdeiros o votam ditaram o processo de expropriação efectuado pela CML.

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