As escadas rolantes da estação de metro Baixa/Chiado são um verdadeiro mistério. E uma dor de cabeça. Com mais frequência do que seria expectável, fica inoperacional um ou dois dos quatro lanços que garantem o acesso ao Chiado, a extensão mais longa e íngreme de ligação à rua. É certo que os médicos, sobretudo os cardiologistas, aconselham o uso frequente de escadas convencionais como forma de manter a saúde. Mas, por vezes, até o mais empedernido adepto da forma física precisa de uma ajudinha de meios mecânicos para contornar as barreiras e declives. Por isso, são cada vez mais os que perdem a paciência e já não se satisfazem com os pedidos de desculpa – mesmo que eles venham com uma vírgula entre o sujeito e o predicado. É que, de há um par de anos para cá, são muitos, e às vezes prolongados, os períodos de inactividade verificados nas escadas rolantes que dão acesso à mais cosmopolita zona da cidade.
Texto: Samuel Alemão
empededernido ?
O que menos percebo é que geralmente é a do lado que sobe que está parada. Se as que descem funciona, porque não mudar o sentido delas? É que sempre é mais fácil descer do que subir. Como se costuma dizer: A descer todos os santos ajudam.
Terá sido por causa do fim da Baixa-Chiado PT Bluestation? A PT deixou de pagar o arranjo?
É sintomático. Já me aconteceu por duas vezes, mas numa delas deparei-me com os quatro lances “inertes”. A escalada foi penosa e o fôlego, a partir do segundo lance, começou a fraquejar. A técnica é a do ritmo de “endurance”. Que belo retrato de Portugal pois deve ser a estação mais movimentada da baixa Pombalina, noite e dia.