Mobilização pela Ginjinha nas Portas de Santo Antão

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Samuel Alemão

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URBANISMO

VIDA NA CIDADE

Santa Maria Maior

27 Fevereiro, 2014

Uma manifestação de afecto bem maior do que a dimensão da loja deixaria adivinhar. Mais de duas centenas de pessoas compareceram, ontem ao princípio da noite, a uma concentração junto ao número 7 da Rua das Portas de Santo Antão, em defesa da manutenção da Ginjinha Sem Rival. As recentes notícias dando conta do possível encerramento da loja fundada em 1890, por causa de um aviso de denúncia do contrato de arrendamento por parte do senhorio – um fundo imobiliário de capitais russos -, que quer fazer obras e abrir um hotel de apartamentos, lançaram o alarme. O minúsculo e carismático espaço comercial pode ter de encerrar a 1 de Julho, ao abrigo da nova Lei das Rendas, já que os donos do edifício invocam a necessidade de fazer obras.


 

Apesar de a Câmara Municipal de Lisboa garantir que tais motivos não são válidos, pois a loja estará “na carta de património” da cidade, as dúvidas persistem. E daí estar a crescer a mobilização em torno da preservação deste estabelecimento tradicional, sobretudo através dos contactos estabelecidos nas redes sociais. “Houve uma convocatória pelo Facebook e, apesar de muita gente dizer que vinha, não se esperava que aparecessem tantos”, confessava ao Corvo um dos elementos dos Tambores da Resistência, colectivo informal de inspiração internacionalista, habitualmente ligado a acções de protesto cívico e que ontem enchia a rua com o rimbombar dos seus instrumentos.

 

Também ontem ao final da tarde, um pouco antes, durante a reunião pública mensal do executivo camarário, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, aceitou o repto lançado por Nuno Gonçalves, proprietário da Ginjinha Sem Rival e bisneto do fundador, de mediar o conflito com o senhorio. “Estou disponível para reunir ainda esta semana, se for necessário”, afirmou Salgado, depois de repetir as alegadas faltas de legitimidade e de base legal do dono daquele edifício para realizar os pretendidos trabalhos de reabilitação – e o consequente despejo da Ginjinha Sem Rival. “A loja é intocável. O proprietário está a invocar um direito que não tem”, frisou o vereador.

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