 
  Protocolos
  Protocolo de Colaboração entre a
  Fundação Mário Soares e a
  Fundação para a Ciência e a Tecnologia
  Considerando que:
  - A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) tem por missão apoiar o
  desenvolvimento do conhecimento em todas as áreas, nomeadamente nas áreas das
  Ciências Sociais, das Humanidades e das Artes.
  
- O levantamento, tratamento e preservação do património científico e
  tecnológico bem como de espólios valiosos associados à vida e obra de
  intelectuais, artistas e cientistas portugueses é um contributo fundamental
  para o estudo da história e da filosofia da ciência e da cultura a que a FCT
  se tem desde sempre associado, nomeadamente através do apoio a projectos,
  formação de recursos humanos e de instituições.
  
- A Fundação Mário Soares (FMS) tem vindo a desempenhar um papel crucial no
  tratamento, organização e disponibilização de acervos importantes
  contribuindo assim para o seu estudo e para o incremento da investigação em
  domínios importantes das ciências sociais, das humanidades e das artes.
  
- A FMS através do desenvolvimento do seu projecto de Biblioteca &
  Arquivo, inicialmente dedicado ao arquivo pessoal de Mário Soares e
  posteriormente enriquecido com numerosos outros acervos documentais,
  desenvolveu elevadas competências e experiência no tratamento, organização e
  disponibilização de acervos documentais, artísticos, fotográficos e outros
  usando as mais modernas tecnologias para o efeito.
  
  A Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P (FCT, I.P.), com sede na
  Avenida D. Carlos I, nº 126, em Lisboa, representada pelo seu Presidente,
  Professor João Sentieiro, e a Fundação Mário Soares (FMS), com sede em Lisboa
  na Rua de São Bento, n.º 176, representada pelo seu Presidente, Dr. Mário
  Soares, acordam celebrar entre si um Protocolo de cooperação que se regerá
  pelos termos contidos nas cláusulas seguintes:
  Cláusula 1ª
  Objectivos
  A parceria entre a FCT, I.P. e a FMS, firmada pelo presente protocolo, tem
  como objectivo primordial a criação das condições para o tratamento e
  reprodução de acervos de grande valor associados à vida e à obra de
  intelectuais, artistas e cientistas portugueses que se tenham distinguido
  pela qualidade da sua intervenção e pelo seu reconhecimento internacional, e
  com base neles promover o estudo e a investigação sobre esses contributos
  intelectuais, artísticos e científicos no contexto internacional em que se
  desenvolveram.
  Cláusula 2ª
  Competências da FCT, I.P.
  No âmbito do presente protocolo constituem competências da FCT, I.P.:
  - Colaborar com a FMS em iniciativas articuladas que envolvam o tratamento
  e reprodução de espólios ou acervos postos à sua guarda e que estejam
  associados a grandes cientistas, pensadores ou intelectuais portugueses;
  
- Para cada uma das iniciativas concretas que venham a ser lançadas no
  âmbito deste protocolo deve ser elaborado um anexo ao mesmo que caracterize a
  iniciativa em causa;
  
- Para cada iniciativa, conceder apoios à FMS através, nomeadamente, da
  concessão de bolsas a elementos que venham a constituir ou a reforçar as
  equipas responsáveis pelo tratamento dos acervos, de acordo com as suas
  disponibilidades financeiras.
  
  Cláusula 3ª
  Competências da Fundação Mário Soares
  - Assegurar o enquadramento e a formação dos bolseiros da FCT;
  
- Assegurar a referência à FCT em todas as iniciativas de divulgação das
  obras cujo tratamento seja feito no âmbito deste protocolo.
  
  Cláusula 4ª
  Prazo
  O presente protocolo entra em vigor na data da sua assinatura, pelo período
  de 5 anos, renovável, desde que nenhuma das partes opere a respectiva
  denúncia por escrito, com observância de um aviso prévio de sessenta dias.
  Feito em dois originais, fazendo ambos igualmente fé, sendo um para cada uma
  das entidades signatárias.
  Lisboa, 11 de Maio de 2011,
  O Presidente da
  Fundação Mário Soares
  
  Mário Soares
  O Presidente da
  Fundação para a Ciência e a Tecnologia
  
  João Sentieiro
  Anexo
  Apoio ao tratamento e à divulgação da obra de Alberto Lacerda
  Alberto Lacerda foi uma das grandes vozes da poesia portuguesa da segunda
  metade do Século XX, que embora nascido na ilha de Moçambique em 1928,
  abandonou a colónia em 1946 com destino a Lisboa onde permaneceu pouco tempo
  partindo para Londres definitivamente em 1951 onde veio a morrer no Verão de
  2007.
  Após a sua saída de Portugal, Alberto Lacerda começou por trabalhar na BBC
  onde se empenhou em divulgar a cultura portuguesa e passou a frequentar os
  salões literários da capital britânica. Em 1959, por sugestão dos grandes
  poetas brasileiros Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, desloca-se
  ao Brasil onde durante cerca de um ano deu conferências e seminários em
  Universidades e outras instituições.
  Entre 1967 e 1993 Alberto Lacerda leccionou nos Estados Unidos Línguas,
  Literatura Comparada e Poética nas Universidades de Austin (no Texas), de
  Nova Iorque e de Boston. Foi o primeiro e único autor de língua portuguesa a
  dar um recital da sua poesia na Biblioteca do Congresso em Washington.
  Além de poeta e cronista Alberto Lacerda foi autor de colagens e
  coleccionador de arte. O seu espólio reune além de pintura, correspondência
  com escritores e artistas, raridades bibliográficas, retratos e outra
  iconogafia.
  Considerando ainda que:
  - A Colecção Alberto Lacerda depositada em 19 de Junho de 2008 na Fundação
  Mário Soares é constituída por centenas de obras de arte, especialmente
  pintura e gravura, mais de 20.000 livros, catálogos e publicações diversas,
  ceca de 9.000 discos (vinil e CD) uma centena de registos audiovisuais e
  cerca de 200 caixas de documentos, correspondência, programas, folhetos,
  convites, além de mais de 10.000 fotografias.
  
- Esta colecção tem vindo a ser tratada e reproduzida pela Fundação Mário
  Soares, estando já concretizada uma primeira parte.
  
- Além deste primeiro levantamento a Fundação Mário Soares identificou já
  um segundo conjunto de materiais consistindo em 28 caixas de textos e poemas
  de Alberto Lacerda, muitos deles inéditos, 46 caixas de programas e folhetos
  de espectáculos e iniciativas culturais, 4 caixas de recortes de jornais, o
  restante espólio fotográfico, já objecto de intervenções de conservação e
  cuja classificação está a decorrer.
  
- Estão ainda por inventariar definitivamente um conjunto de colagens e
  desenhos avulsos, na maioria não identificados.
  
  Considerando ainda que:
  A Fundação Mário Soares pretende vir a organizar a disponibilização da obra
  de Alberto Lacerda e da sua Colecção, e em especial, fundamentar o estudo da
  Obra e Vida do Poeta, interessando nessa análise investigadores de diferentes
  áreas, nacionais e estrangeiros.
  A Fundação para a Ciência e a Tecnologia, I.P. (FCT, I.P.), com sede na
  Avenida D. Carlos I, nº 126, em Lisboa, representada pelo seu Presidente,
  Professor João Sentieiro e a Fundação Mário Soares (FMS), com sede em Lisboa
  na Rua de São Bento, n.º 176, acordam entre si o presente documento, que se
  refere ao tratamento e divulgação da obra de Alberto de Lacerda, figurando
  como anexo ao protocolo que celebraram.
  Este anexo designado de Anexo nº1 consta das seguintes quatro alíneas:
  - A FCT concede três bolsas a candidatos a serem seleccionados pela FMS e
  cujo plano de trabalhos se enquadra no estudo em curso sobre o acervo de
  Alberto Lacerda;
  
- A FCT compromete-se a financiar uma “Alberto Lacerda Research Fellowship”
  a atribuir a um académico após concurso e avaliação independente para
  concretização numa universidade americana ou inglesa, no domínio da
  literatura e da poética portuguesa.
  
- A divulgação internacional do concurso será assegurada pela FMS.
  
- A avaliação será da responsabilidade de Painéis constituídos por
  avaliadores independentes, que serão designados pelas FCT e FMS. A selecção
  das Research Fellowships a financiar será da inteira responsabilidade da FCT.
  
  Lisboa, 11 de Maio de 2011
  O Presidente da
  Fundação Mário Soares
  
  Mário Soares
  O Presidente da
  Fundação para a Ciência e a Tecnologia
  
  João Sentieiro