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Pergunta

Presumamos uma estação espacial de forma toroidal (em forma de 'donut'), que roda sobre o seu eixo, com velocidade angular constante, por forma a simular gravidade; os astronautas vivem no interior do toro ("dentro da massa do donut"). Imaginemos ainda que a influência gravítica dos astros é desprezível - a estação está em imponderabilidade.
Um astronauta deixa cair um objecto. Esse objecto cai com velocidade constante, ou acelera? Do ponto de vista dos astronautas que vivem na estação, a trajectória de queda será rectilínea ou curva?

Resposta

A resposta às suas perguntas depende do ponto de vista. Se considerar também que a influência gravítica da estação espacial (e astronautas) é desprezável, então:
1) Para o astronauta que largou o objecto as respostas são:
a) acelera
b) rectilínea (na vertical)

2) Para um observador exterior à estação espacial as respostas são:
a) velocidade constante
b) rectilínea (tangente ao movimento circular que seguia enquanto estava seguro pelo astronauta).

No caso 1), o astronauta e o objecto, sentem uma força vertical (que mantém o astronauta com os pés assentes na superfície do "torus") que acelera o objecto na direcção e sentido dessa força.

No caso 2), o observador nota que o astronauta (e objecto enquanto na mão do astronauta) estão sujeitos a uma força exercida pela parede do "torus".
Essa força tem a mesma direcção, intensidade, mas sentido oposto à força referida em 1). Para este observador o movimento do objecto é acelerado enquanto está na mão do astronauta (e depois de cair no chão), é por esse motivo que segundo o seu ponto de vista o objecto (e astronauta) possuem um movimento circular. Mas o objecto deixa de estar sob a acção de qualquer força a partir do momento em que o astronauta o larga. A partir desse instante o objecto segue um movimento uniforme e rectilíneo até embater na superfície interior do "torus".

A diferença de pontos de vista (e a percepção das forças envolvidas) reside no facto de o astronauta viver num referencial não inercial (acelerado), enquanto que o observador exterior vive num referencial inercial.