II. Crescimento das Empresas e Novo Emprego TIC

II. Crescimento das Empresas e Novo Emprego TIC

A criação de mais emprego digital implica necessária e obrigatoriamente o crescimento das empresas portuguesas. Este crescimento do tecido empresarial nacional passa quer pela introdução de ferramentas, serviços e aplicações TIC nos diferentes setores de atividade económica, quer pela aproximação às grandes empresas e pela internacionalização, facilitando o envolvimento das instituições científicas e tecnológicas portuguesas em redes e parcerias internacionais.

É reconhecido o papel fundamental que as Pequenas e Médias Empresas (PME) desempenham na evolução económica das sociedades contemporâneas, em especial ao nível do emprego. Esta circunstância, aliada ao fator “diversidade” que também aportam à composição do tecido empresarial das economias modernas, constituem desde logo um dos fatores mais críticos para a competitividade de qualquer país. Sabemos que as PME constituem um importante elemento catalisador do crescimento económico já que, pelas suas caraterísticas específicas, revelam um enorme potencial na utilização mais produtiva e eficiente dos recursos, na inovação tecnológica, no reforço da concorrência, na criação de emprego e, em certa medida, na resiliência em períodos de crise.

Mas pelas suas caraterísticas específicas, são as PME que revelam muitas vezes as maiores dificuldades no acesso e na gestão da informação, no conhecimento e na utilização das TIC. Em geral, salvaguardando fatores específicos de diversidade (ex. setores, “idade”), neste segmento de empresas o grau de sofisticação da utilização das TIC, nomeadamente em relação a novos modelos de negócio e de aposta na economia digital, é significativamente baixo e exige melhorias significativas. Ainda assim, é possível registar importantes desenvolvimentos e inovações em matéria de empresas de serviços TIC, nomeadamente em domínios emergentes e de grande sofisticação tecnológica mundial, que importa consolidar e projetar.

Por outro lado e, no que se refere às PME de setores não TIC, importa que esses objetivos e instrumentos assegurem a aceleração de um processo mais amplo e generalizado de “digitalização” eficiente dos processos e dos modelos de negócio.

Numa perspetiva que equacione o contributo desta iniciativa para o crescimento empresarial, em particular das start ups PME e, nessa medida, para um sustentado acréscimo da oferta de “empregos digitais”, há que considerar o foco em duas realidades que apresentam necessidades e comportamentos distintos.

Orientações específicas em matéria de Qualificação e Requalificação

As orientações especificas em matéria de qualificação e requalificação para o emprego em TIC consubstanciam-se em:

  • Multiplicar e aumentar o número empresas do setor TIC, assegurando-lhes melhores condições para ganhos de eficiência, ganhos de escala e sustentabilidade nos processos de abordagem à internacionalização e de consolidação de uma imagem inovadora e geradora de valor;
  • Acelerar o processo mais amplo e generalizado de “digitalização” eficiente dos processos e dos modelos de negócio em particular nas áreas em que os ganhos de competitividade se afiguram mais críticos para o crescimento e para a criação de valor;
  • Avaliar e sistematizar as necessidades específicas e principais barreiras/condicionantes à digitalização dos negócios e à inserção de competências digitais nas empresas;
  • Estimular o empreendedorismo de base tecnológica, em particular o “digital”;
  • Promover a ligação do setor empresarial, apoiando a inserção de doutorados nas empresas e doutoramentos de colaboradores nas empresas permitindo que beneficiem de competências de I&D, bem como em programas de criação de start-ups.

Linhas de Ação

Estas orientações traduzem-se nas seguintes linhas de ação:

  • Apoiar o empreendedorismo em TICE através do reforço da rede de incubadoras existentes quer integradas nos ecossistemas de inovação das Universidades, Institutos Politécnicos, quer de outras incubadoras e aceleradores existentes;
  • Conceder incentivos ao empreendedorismo nas áreas do entretenimento digital e da produção de conteúdos digitais;
  • Desenvolver a componente de capital de risco nos ecossistemas de inovação que possam gerar novas iniciativas s empresariais em tecnologias da informação;
  • Inserir nos sistemas de incentivos à inovação internacionalização das empresas uma componente que permita: i) acelerar a digitalização de processos e modelos de negócio nas PME, em particular nas áreas em que os ganhos de competitividade se afiguram mais críticos para o crescimento e para a criação de valor e ii) identificar áreas que possam ser transformadas pelo digital através de alterações legislativas (ex. fatura eletrónica, entrega do IRS).