III. Sensibilização da Sociedade para o Digital

III. Sensibilização da Sociedade para o Digital

Procurando reforçar a utilização das TIC e dos meios digitais para melhorar a qualificação de talento e fomentar uma cultura de aprendizagem em que competências específicas TIC são valorizadas, o eixo da sensibilização visa acelerar a aceitação e adoção das TIC na sociedade ao mesmo tempo que promove a oportunidade que estas representam para a competitividade e emprego no país.

Torna-se, assim, essencial criar instrumentos que permitam identificar os bloqueios à procura de educação e formação TIC(E) e, por conseguinte, definir as melhores formas de atuação em torno de uma estratégia de comunicação eficaz.

A Era da Sociedade da Informação e do Conhecimento, fortemente marcada pelo avanço célere da investigação, inovação, aplicação e massificação das tecnologias de informação e de comunicação abre novas perspetivas de negócio, emprego e criação de novas profissões. Empresários e gestores com competências em e-business e e-leadership, empreendedores digitais, especialistas em análise de negócios e integração de sistemas, especialistas em big data e cloud computing, entre outros, encontram-se entre perfis profissionais que se estima irem ser objeto de procura crescente.

Dada a importância de que se reveste, quer em termos presentes, quer futuros, a empregabilidade digital é um tema que tem vindo a ser sobejamente estudado e debatido, existindo vários estudos que apontam não só para a continuidade mas até para o crescimento - em alguns cenários mesmo disruptivos - do ICT skills gap na Europa. As mais recentes projeções de necessidades e de oferta de mão-de-obra em TIC no horizonte 2020 apontam para que em Portugal estejam cerca de 15.000 potenciais empregos por preencher por falta de recursos humanos qualificados.

Este “problema” é uma oportunidade para Portugal configurar uma possibilidade concreta de alta taxa de empregabilidade num setor de futuro, tanto mais relevante quanto é sabido que Portugal mantém níveis muito altos de desemprego jovem. O potencial desta oportunidade poderá ainda tornar-se mais evidente quando, do lado das PME, houver a apropriação dos benefícios da tecnologia aplicados aos negócios – incontornável dada a expansão da economia digital – implicando, consequentemente, uma procura ainda maior de profissionais com estas competências.

Neste contexto e visando capitalizar de forma extensiva e sistemática esta oportunidade, torna-se fundamental dar a conhecer as possibilidades de emprego geradas pelas tecnologias digitais, fomentando o interesse pelas áreas das Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, assim como pelo prosseguimento de planos de estudo, formação e/ou requalificação e de carreiras ligadas às TIC.

Estratégias

Neste sentido apresentam-se algumas estratégicas:

  • acelerar a aceitação e adoção das TIC pela sociedade e promoção da oportunidade que estas representam para a competitividade e emprego no país;
  • despertar a consciência da sociedade portuguesa, em particular dos jovens, das famílias, das mulheres e dos profissionais desempregados, das escolas, universidades e politécnicos, das empresas e do Estado para a procura potencial de skills de TIC, em Portugal e na Europa, para o gap já existente e, principalmente, para a janela de oportunidade de empregabilidade efetiva em TIC;
  • criar instrumentos que permitam identificar os bloqueios à procura de educação e formação em TIC e, por conseguinte, definir as melhores formas de atuação em torno de uma estratégia de comunicação eficaz e clara e promover regularidade no funcionamento dos agentes de política científica;
  • despertar a consciência de profissionais desempregados, em particular de jovens com habilitação académica de nível superior em áreas de baixa empregabilidade, para a capacidade de inicio e desenvolvimento de carreira pela via da requalificação;
  • despertar a consciência dos empresários, das micro e das pequena e médias empresas, para a necessidade de recorrerem a profissionais qualificados em TIC, como ferramenta importante para a competitividade, estimulando a adoção de sistemas de gestão flexível;
  • intensificar e diversificar as intervenções de orientação vocacional e profissional, etc.
  • sensibilizar as instituições públicas para a necessidade de modernização contínua e sistemática das aprendizagens baseadas nas TIC, reforçando a contratação de investigadores, garantindo a formalização do emprego científico e contribuindo para captar jovens altamente qualificados e, assim, rejuvenescer as instituições públicas.

A Era da Sociedade da Informação e do Conhecimento é um tempo marcado por profundas transformações económicas e sociais, com a ascensão e declínio de diferentes áreas de atividade económica, logo extinção de “velhas” e surgimento de “novas” profissões, sendo estas fortemente associadas a empregos de conhecimento-intensivo que requerem formação de nível superior.

Nesta Era, a obsolescência do Conhecimento não parece abrandar, estimando-se que no domínio do Digital a obsolescência se cifre nos 30%/ano. Em 3 anos, sem reinvestimento em aperfeiçoamento ou reciclagem, os profissionais correm o sério risco de ficar com conhecimentos e competências desatualizados, situação não compaginável com as exigências do mercado de trabalho em TIC. Assim, torna-se necessário consolidar um sistema de aprendizagem ao longo da vida, revitalizando a educação e a formação de adultos, quer criando percursos de educação-formação em função das necessidades de grupos de TIC quer criando mecanismos de aconselhamento e orientação que permitam o encaminhamento de formandos em conhecimento digital em função do seu perfil e das suas necessidades de formação.

O eixo da sensibilização propõe uma visão integrada e transversal a todos os outros eixos e envolve a atuação de entidades diversas, com vista ao enquadramento das políticas e da intervenção nos domínios das TIC e da Empregabilidade. Importa garantir que a intervenção tem por base uma monitorização de processos de avaliação, que visem a redefinição de estratégias de comunicação e de metodologias.

Linhas de Ação

Esta área de intervenção agrega três grandes linhas de ação:

  • mapeamento de informação estratégica, de forma a identificar os bloqueios à procura de educação e formação TIC e, com essa informação, definir estratégias de superação e de comunicação que favoreçam um conjunto alargado de atividades com medidas concertadas, nomeadamente que possam concorrer para melhorar a imagem e a atratividade do setor e das carreiras TIC;
  • inovação e/ou Melhoria em Contexto, propondo a reestruturação de métodos pedagógicos através da utilização das tecnologias digitais nos processos de ensino e aprendizagem favorecendo uma cultura em que as competências específicas TIC são valorizadas. Contribui ainda para a atratividade do setor em contexto de opção de carreira não esquecendo de fomentar a adoção de TIC pelas empresas;
  • aceleradores de sensibilização, abrangendo iniciativas várias direcionadas para públicos-alvo específicos e procurando aumentar o acesso ao uso da tecnologia e a construção de competências digitais incluindo o desenvolvimento de capacidades de empreendedorismo e e-liderança.