Joides Resolution em Lisboa: Reportagem fotográfica no navio-laboratório
Mais de 600 pessoas, entre jornalistas, estudantes e público em geral, visitaram o navio oceanográfico Joides Resolution durante a sua estadia em Lisboa, no passado mês de janeiro. Atracado na doca de Alcântara, fez-se notar pela sua gigantesca torre de sondagens.
Sob a orientação de alguns dos cientistas que participaram na Expedição 339, (Mediterranean Outflow), levada a efeito pelo Integrated Ocean Drilling Program (IODP), os visitantes percorreram os principais espaços de trabalho deste autêntico instituto de investigação flutuante, com 143 metros de comprimento.
A missão internacional que trouxe o Joides Resolution a Lisboa iniciou-se em Ponta Delgada e foi dedicada ao estudo das influências globais da Água Mediterrânica de Descarga na circulação e clima do Atlântico Norte. Nela participaram 35 cientistas de 14 países, entre os quais Portugal.
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O estudo dos sedimentos recolhidos nas camadas profundas dos oceanos é de extrema relevância para a compreensão de fenómenos diversos ligados às ciências da Terra e do Clima. Na capital portuguesa, os responsáveis científicos da Expedição 339 divulgaram em conferência de imprensa as primeiras novidades trazidas desta viagem de dois meses.
Ao longo da sua rota, foram feitas sete paragens para perfurações no fundo oceânico. As análises efetuadas ainda nos laboratórios do navio às amostras de lamas recolhidas a uma profundidade que chegou aos 990 metros sugerem, nomeadamente, que há um milhão de anos, durante um período de 10 a 20 mil anos, a água do mar ao largo de Faro registava à superfície temperaturas polares, na ordem dos quatro graus Celsius.
Compreendendo as mudanças ocorridas ao longo da história do planeta, adquirem-se conhecimentos que podem ajudar a antecipar cenários futuros. Sedimentos que permitiram recuar 1,4 milhões de anos confirmaram, por exemplo, ciclos climáticos de 20.000 anos, alternando entre temporadas quentes e eras glaciares.