Programa Carnegie Mellon-Portugal já deu origem a 7 startups de base tecnológica
Por João Barros, Diretor Nacional do Programa Carnegie Mellon Portugal
As universidades portuguesas podem hoje orgulhar-se de ter programas de mestrado e doutoramento em que os graus são atribuídos simultaneamente pela Carnegie Mellon University, reconhecida internacionalmente como uma das melhores universidades do mundo, particularmente nas áreas de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
O programa Carnegie Mellon - Portugal, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e por parceiros industriais, incluindo a Portugal Telecom, a Novabase e a Nokia Siemens Networks, é a face visível da parceria internacional entre as universidades portuguesas e a Carnegie Mellon University, nos Estados Unidos.
Lançado em 2006, o programa focou-se no sector estratégico das TIC, onde Portugal dispõe de uma massa crítica expressiva, tanto no meio académico como no meio empresarial. As iniciativas em curso envolvem nove universidades portuguesas (Aveiro, Católica Portuguesa, Coimbra, Nova de Lisboa, Lisboa, Madeira, Minho, Porto e Técnica de Lisboa), quatro laboratórios associados (INESC ID, INESC TEC, ISR e IT) e mais de 80 empresas.
Desde o seu início, o programa tem sido pioneiro no desenvolvimento de modelos de colaboração e parceria entre instituições de ensino superior, institutos de investigação e empresas. Vários desses modelos estão hoje a ser replicados noutras partes do mundo, nomeadamente na China e em África, onde outras instituições assinaram acordos semelhantes com a universidade norte-americana.
Nos últimos seis anos, o programa abriu portas para muitos dos melhores estudantes, docentes e investigadores em Portugal, dando-lhes a oportunidade de trabalhar com equipas excecionais, ganhar uma experiência internacional única e poder integrar-se nas redes de conhecimento que fazem mudar o mundo.
Foi essa observação que levou muitos docentes e estudantes a regressar a Portugal com vontade de fazer mais e melhor, o que se traduziu em novas formas de ensinar nas nossas universidades, uma maior aproximação à indústria e aos utilizadores finais (por exemplo, bombeiros, taxistas, médicos e outros cidadãos), e o lançamento de sete startups de base tecnológica.
Começa agora a efetivar-se a segunda fase, cujo plano estratégico resultou de um processo de consulta pública envolvendo dezenas de académicos e profissionais da indústria, estando totalmente alinhado com a necessidade absoluta que o país tem de melhorar a sua capacidade científica, transformar conhecimento em produtos e serviços exportáveis, criar emprego qualificado, e aumentar a sua competitividade, atraindo mais investimento privado e financiamento europeu para as suas instituições.
Estamos certos que a comunidade científica, bem como as nossas empresas e instituições, continuarão a contribuir de forma entusiasta para a missão do programa, ajudando a colocar Portugal na vanguarda da investigação em áreas focadas das tecnologias de informação.