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No próximo mês de dezembro fará um ano que o Arquivo Histórico de Ciência e Tecnologia (AHCT) da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) foi inaugurado. Com a criação deste espaço, a FCT disponibilizou à comunidade científica e ao público em geral, um conjunto de acervos da maior relevância para o conhecimento e o estudo da ciência, nas suas múltiplas vertentes, em Portugal, na segunda metade do século XX.

O tratamento e a organização deste acervo, acumulado ao longo de décadas, primeiro pela Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, e depois pela FCT, não teria sido possível sem o apoio técnico e científico do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (IHC da FCSH-UNL), com quem a FCT estabeleceu um protocolo de colaboração para o efeito.

O Arquivo Histórico de Ciência e Tecnologia integra os acervos de instituições públicas já extintas – Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica (1967-1997), Instituto Nacional de Investigação Científica (1976-1992), Gabinete de Gestão da Intervenção Operacional PRAXIS XXI (1994-2001), Instituto de Cooperação Científica e Tecnológica Internacional (1997-2002), Gabinete de Relações Internacionais da Ciência e do Ensino Superior (2002-2007). O AHCT integra, ainda, o acervo de uma instituição ativa – Fundação para a Ciência e a Tecnologia (1997-) – e parte do arquivo pessoal do Professor José Mariano Rebelo Pires Gago, Presidente da JNICT entre 1986 e 1989, Ministro da Ciência e Tecnologia, entre 1995 e 2002, e Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, entre 2005 e 2011.

Para além deste conjunto de acervos, a Fundação, também em colaboração com o IHC, incentivou e apoiou o tratamento e a disponibilização ao público de um outro importante acervo público de C&T, o arquivo da Junta de Energia Nuclear (1954-1979), que não está à guarda da FCT mas do Instituto Superior Técnico.

Trata-se, pois, de um acervo verdadeiramente incontornável para a história da organização da atividade científica em Portugal, a partir dos meados do século XX, não só na sua dimensão nacional mas também internacional; para a estruturação e caracterização das políticas e das estratégias públicas e privadas e dos meios de implementação e administração da atividade científica; e, também, para a identificação, caracterização e estudo dos bolseiros, cientistas e investigadores bem como das instituições científicas existentes em Portugal neste período (Cf. Maria Fernanda Rollo, “O Arquivo de Ciência e Tecnologia da FCT. Para a história e estudo da ciência e da organização da ciência em Portugal” In Ingenium, maio-junho de 2012, p. 108).

O inventário do Arquivo Histórico de Ciência e Tecnologia, em atualização permanente, está a ser realizado numa aplicação informática, o DigitArq, que permite uma gestão integrada do arquivo definitivo. A informação está disponível no endereço electrónico http://arquivo.fct.mctes.pt.

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